A História

10/05/2013 22:21

          A historia de Riacho de Santana mostra um passado economicamente rico, porem com uma marcante desigualdade social, tipica do periodo colonial. Indios em franco processo de dizimacao e escravidao de negros, os quais foram fundamentais para o desenvolvimento das principais atividades economicas, como o arduo trabalho nas minas de salitre exploradas em nosso municipio. Alem disso, os brancos de origem europeia, tambem contribuiram para a formacao da nossa populacao atual, sendo estes, os grandes proprietarios de terras destinadas a criacao extensiva do gado.
          Assim, a presenca desses tres grupos eticos constitui-se a base do povo riachense, nao fugindo a regra da formacao da sociedade brasileira. Os primeiros habitantes foram os indios, os quais habitaram a margem direita do Rio Sao Francisco, mas que se teve indicios de que estabeleceram-se em diversas partes do municipio.
          Os primeiros grupos indigenas a serem conquistados foram os Canindes que se destacam em virtude de alguns conflitos. Fixaram-se nas margens do rio Boqueirao, mais ou menos onde se localiza atualmente o povoado de Botuquara, a 14 Km da cidade. Segundo alguns dados, realizados por historiadores riachense, os Canindes se originaram quando os Caaetes se uniram com os Picuris, formando assim um grande exercito para se defenderem dos indios inimigos, como os Aimores.
          Os primeiros habitantes do municipio, caracterizavam-se por praticar a antropofagia, enfeitar-se com colares, penas e pinturas. Eram supersticiosos, apreciavam a musica e tinham os seus dialetos proprios. Cacavam e pescavam, alem de fabricar utensilios de madeira, ceramica e pedras.
          Depois do massacre do Sargento-mor Jose Velasquez Santiago, em 1695 que, influenciado por seu pai Mariano Velasquez, adentrou no sertao a procura de riquezas minerais, os indios Canindes passaram a praticar o nomadismo, penetrando na caatinga do Oeste baiano.
          Pouco se sabe sobre a vida do primeiro branco a pisar em solo riachense. De origem portuguesa, Velasquez Santiago, soldado de uma antiga ordem de Lisboa, especialista em soltar granadas, chegou a Bahia em 1675, impulsionado pelas riquezas. Em 1695 organiza seu bando e sai pelo sertao a das lendarias e reais minas.
          Sem medir consequencias, o sargento vive sangrentas guerras, desafia acidentes geograficos e doencas endemicas. Com a experiencia de um guerreiro que seguiu pelas matas fechadas acompanhando sempre o curso dos rios. Depois de varios dias de incansaveis batalhas pelo sertao transpassa a Serra Geral e, perdido, chega ao curso do rio Boqueirao que o levaria a regiao dos Canindes, vitimas do genocidio.
          No inicio do seculo XVIII, o bandeirante paulista Belchior Dias, apelidado pelos indios de “Muribeca”, supoe ter descoberto em nossa regiao minas de ouro e prata, o que impulsionou varios aventureiros a se arriscarem pelo sertao em busca das mencionadas reservas. Entre eles destaca-se o superintendente das minas do estado, Leolino Mariz, que chegou na regiao em 1758, descobrindo grandes reservas de salitre, atraindo varias pessoas a imigrarem, contribuindo para a fundacao do arraial de Riacho de Santana, pertencente ao territorio de Monte Alto.
          Conforme BOA SORTE[1] (1997) a exploracao foi de grande importancia para Riacho de Santana em todos os aspectos. Ambiciosos de todas as partes vinham em busca das objetivas riquezas, resultando nas grandes transformacoes sociais, politicas, economicas e culturais. Estabeleceram-se nas margens do rio Santana formando assim, a sociedade riachense resultantes da fusao de diferentes costumes. Nessa epoca fizeram as primeiras derrubadas e plantaram as primeiras lavouras de arroz, feijao e milho na regiao da Santana, como tambem introduziram as primeiras cabecas de gado bovino trazidas da regiao do Rio dos Currais.
          Os primeiros grupos de escravos vieram com os sertanistas no final do seculo XIX, no alvo da demanda mineralogica e no inicio das demarcacoes das grandes fazendas, as quais foram sendo ocupadas por centenas de negros que foram desenvolvendo a agricultura, a pecuaria e por decadas viveram no regime de servir recebendo em troca chicotadas, humilhacoes morais, psicologicas e outros atos de desrespeito.
          Os negros foram os primeiros pedreiros das senzalas que, segundo Boa Sorte eram de estrutura ordinaria, paredes grossas feitas com adobes batidos com foice e ligadas com fibras de arroz ou esterco do gado. Nesses saloes de paredes altas aglomeraram-se dezenas de escravos que viviam num ambiente abafado e imundo.
          Esquecida a mais de meio seculo, a regiao de Riacho de Santana pertencia ao distrito de Jacobina – posteriormente veio a pertencer a Paratinga, Macaubas e Monte Alto – pois nessa epoca a maior parte do sertao pertencia aquele distrito. Em 1861 com a lei provincial de numero 871 de 12 de setembro, o arraial foi elevado a categoria de freguesia, tendo como primeiro vigario o padre Antonio Boa Ventura de Cerqueira Pinto. Entretanto, o grande passo para o desenvolvimento da Freguesia foi dado em 13 de agosto de 1878, que criou o municipio de Riacho de Santana, data em que foi assinada a lei provincial de numero 1826, que criou o municipio de Riacho de Santana, sendo assim desmembrado de Monte Alto.

Bibliografia:
LEAO, Jean Laranjeira e OLIVEIRA, Goncalves.